Um grupo de militantes do grupo feminista Femen, da Ucrânia, invadiram hoje a catedral de Santa Sofia na capital Kiev. Seminuas, muitas dessas jovens subiram até o campanário no alto da igreja para tocar os sinos. Elas penduraram na frente do prédio da igreja que está ligada às Igrejas Católicas Orientais, uma longa faixa com a palavra “Stop” [Pare].
O objetivo de mostrar os seios nus é chamar atenção para as palavras de ordem pintadas em seus corpos. Elas disseram estar denunciando um “complô criminoso da Igreja e do Estado”. Usando um tom irônico, as feministas mostraram cartazes com o slogan “crianças, cozinha e igreja”, numa referência a “tudo o que se esperava” das mulheres no início do século passado. Também afirmaram que a Ucrânia deveria “classificar a masturbação masculina como um genocídio das próximas gerações”.
Tudo teve início quando, no final do mês passado, foi apresentado um projeto de lei para proibir o aborto na Ucrânia.
O deputado Andri Shkil é um dos líderes da oposição do país e criou essa lei para, segundo ele, impedir os abortos e melhorar a situação demográfica do seu país. Há uma exceção nos casos em que há risco de morte para a mãe.
Em sua defesa, afirmou que a iniciativa foi um pedido feito em março por várias igrejas cristãs do país, entre elas a Igreja Católica Romana e a Igreja Ortodoxa, que são maioria no país.
A atual legislação ucraniana autoriza que o aborto seja realizado até a 12ª semana de gravidez. Os defensores do projeto alegam que isso está gerando um declínio na população, que desde 2000 passou de 56 para 42 milhões de habitantes.
Embora o número de abortos tenha chegado a um milhão por ano na década de 1990, a taxa no ano passado caiu para cerca de 500 mil, de acordo com o ministério da saúde.
O grupo Femen é conhecido pelo seu ativismo em forma de topless, sempre apoiando os direitos das mulheres, combatendo a prostituição e o tráfico humano. O slogan usado por elas é “Nós viemos, nos despimos, nós conquistamos.”.
Elas já participaram de outro evento numa igreja recentemente, quando apoiaram o grupo punk Pussy Riot que tentou cantar uma música criticando o presidente Putin. Três membros da banda ainda estão presas.